Taxonomia Sustentável no Brasil: o que é, como aplicar e como destravar crédito verde 

A transição para uma economia de baixo carbono e de alto impacto social exige clareza, métricas e dados confiáveis. É nesse contexto que surge a taxonomia sustentável brasileira: um sistema de classificação que define quais atividades econômicas podem ser consideradas sustentáveis, oferecendo segurança para investidores, empresas e reguladores.

Mais do que uma ferramenta técnica, a taxonomia será essencial para destravar o crédito verde no país, permitindo que desde grandes companhias até micro e pequenos empreendedores tenham acesso a financiamento alinhado às práticas ESG.

O que é a taxonomia sustentável?

A taxonomia sustentável é um conjunto de critérios que classifica atividades econômicas como sustentáveis ou não sustentáveis, com base em aspectos ambientais, sociais e de governança.

Seu objetivo é:

  • Padronizar conceitos e indicadores ESG, garantindo comparabilidade entre empresas e setores.
  • Dar clareza ao mercado financeiro, reduzindo riscos de greenwashing e fortalecendo a confiança dos investidores.
  • Atrair capital nacional e internacional, conectando o Brasil a regulações globais, como as exigências da União Europeia.

Por que a taxonomia é estratégica para o Brasil?

  1. Acesso a capital verde: empresas que se enquadram nos critérios terão mais facilidade para obter crédito e captar investimentos com taxas diferenciadas.
  2. Competitividade internacional: estar alinhado às exigências globais fortalece a posição do Brasil nas cadeias de exportação.
  3. Segurança regulatória: o sistema cria previsibilidade para empresas e instituições financeiras, reduzindo riscos jurídicos e reputacionais.
  4. Efeito cascata na cadeia de valor: grandes empresas passam a exigir dados ESG dos seus fornecedores, criando um movimento que impacta médias, pequenas e microempresas.

Como aplicar a taxonomia sustentável na prática?

Aplicar a taxonomia não é apenas uma questão de compliance, mas de estratégia de negócio.

1. Mapeamento da operação

  • Identificar quais atividades da empresa se enquadram nos critérios da taxonomia.
  • Realizar inventário de carbono e avaliação de riscos socioambientais.

2. Gestão de dados ESG

  • Organizar informações de forma auditável, rastreável e comparável.
  • Utilizar plataformas digitais que centralizam dados de fornecedores, clientes e parceiros.

3. Engajamento da cadeia de valor

  • Apoiar pequenos e médios fornecedores com capacitação e ferramentas para que eles também possam acessar crédito sustentável.

4. Uso de tecnologia e inovação

  • Adotar inteligência artificial e sistemas de monitoramento contínuo para validar dados e reduzir riscos de inconsistência.

Como a taxonomia pode destravar o crédito verde?

Hoje, uma das maiores barreiras para o financiamento sustentável é a falta de dados confiáveis. Bancos e investidores precisam de informações claras para avaliar riscos e liberar recursos.

Com a taxonomia, será possível:

  • Reduzir assimetria de informações entre empresas de grande e pequeno porte. 
  • Oferecer incentivos financeiros como taxas mais baixas para quem comprovar boas práticas ESG. 
  • Aumentar a velocidade da análise de crédito com dados padronizados e plataformas integradas. 
  • Atrair investimentos internacionais, já que investidores globais buscam ativos alinhados a critérios claros e comparáveis. 

Desafios e próximos passos

Apesar do potencial, a implementação da taxonomia sustentável no Brasil ainda enfrenta desafios:

  • Velocidade regulatória: dada a complexidade do mercado, a adaptação às normas deve levar de 2 a 3 anos e será realizada de forma gradual, em ciclos. 
  • Capacitação do mercado: pequenas empresas ainda têm dificuldades em estruturar dados ESG. 
  • Integração de bases de dados: será preciso conectar informações de órgãos públicos e privados para garantir qualidade e rastreabilidade. 

Voz do mercado com o especialista Luiz Pires da Anbima

A taxonomia é uma ferramenta fundamental para que o mercado de capitais identifique as atividades que precisam de financiamento para a transição ambiental e socioeconômica do Brasil para uma economia de baixo carbono”, afirma Luiz Pires, gerente de Sustentabilidade e Inovação da Anbima.

O futuro das finanças sustentáveis no Brasil e a contribuição da ESGreen

A taxonomia sustentável brasileira representa um marco na jornada para transformar o país em referência em finanças verdes. Mais do que uma norma, ela é um instrumento de competitividade, acesso a capital e inovação

Empresas que se anteciparem e estruturarem seus dados ESG terão uma vantagem estratégica: estarão prontas para capturar crédito verde, atender exigências globais e crescer de forma sustentável. 

É aqui que a ESGreen faz a diferença. A plataforma de gestão de riscos ESG transforma dados confiáveis em decisões claras, mensuráveis e rápidas. Com um único painel, automatiza a checagem de fornecedores, clientes e parceiros, apresentando Score ESG, monitoramento contínuo e avalição de materialidade por CNPJ, evidências auditáveis e alertas que antecipam riscos e oportunidades. 

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